O Design na distorção de uma obra artística

Por José J. Vieira Júnior (Jr. Misaki)

Refletindo sobre a distorção, num segmento artístico visual, remeteríamos a desconstrução do significado existente, empregando nele um novo conceito. No Designer, a partir da segunda década do século XX, podemos observar essa expressão com clareza e foco, por exemplo, o que foi proposto pelas obras, de Gaetano Pesce e Alessandro Mendini.

Para compreender melhor esse processo de desestrutura visual, começaremos pela a obra “Up Séries”, de Gaetano Pesce, onde o jogo de poltronas vendidas em unidades separadas, que ficaram conhecidas na década de 1960, pela sua exuberância, formas lúdicas e cores alegres, que fizeram um marco para aquela década, pela a praticidade da montagem, que ao entrarem contato com o ar, aos poucos ganhavam dimensões, preenchendo o espaço.

As poltronas de Pesce desconstroem a forma tradicional, que geralmente era empregada, visando os acentos, apenas como um objeto de valor utilitário, referindo-se também, além do apreço decorativo, trazia uma leitura cômica por suas linhas e volumes, que lembram os seres vivos, além do questionamento que ele sugere ao observador, onde este se coloca no lugar do artista, para definir o sentido da obra.

Já observando as cadeiras de Alessandro Mendini, percebe-se uma distorção caricata, de duas obras que foram consideradas um marco para o modernismo, Thonet 214 (1859) e Wassily (1928). A Distorção expôs nessas obras, uma visão subjetiva, onde o homem fosse capaz de repensar o que lhe eram ditos, por conceitos pragmáticos, que estipulavam a seriedade do que era pensado. Em Thonet e Wassily, Mendini não se preocupou apenas na utilidade do produto, mas como designer modernista, propôs através das técnicas projetadas, explorar o espaço utilizado, elaborando uma estrutura conceitual, através das releituras dessas duas obras.

Seguindo o ponto de vista, das obras citadas, a idéia proposta pelos seus idealizadores pondera-se que elas propuseram valorizar, o observador como um ser pensante, fazendo-se então um artista, permitindo em si, o direito de refletir o posicionamento direcionado pelo designer, apreciando o produto em julgo, não apenas como um simples objeto, mas com uma característica artística, que sugere através de um ponto desconstrutivo, um novo pensamento a ser considerado.

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