A relação temporal nas artes visuais

Se refletirmos a fotografia, em consideração a arte que subtrai uma ação, comparando com os outros parâmetros das artes visuais, como a pintura, a escultura e o desenho, um processo criativo contrário, ou seja, essas artes direcionam o seu processo de criação de forma mais aditiva, que exige uma liberdade de analise maior durante a sua construção, enquanto na fotografia, captura-se um fragmento que é imediato, pois é preciso ser direto ao momento, pois o fotógrafo quanto artista, além de expressar o seu tempo e expor o retratado, ele poderá gerar uma imagem que trará uma linguagem com significado universal.

Trazendo esse ponto de vista, que encontramos na fotografia e trazendo para uma linha de tempo, com algumas obras realizadas a partir da segunda metade do século XIX, a fotografia “Onda” (1856), de Gustave Le Gray, traz uma fragmentação que mostra o mar com ondas que aparentam está em movimento, assim como o céu, devido à luz que possibilitou sugerir o movimento das águas, ganhando volume, através do seu contraste.

Mais adiante, encontramos “A estação de Saint Lazare” (1877), uma obra impressionista de Claude Monet, que apesar de ser uma pintura, a leveza das cores que retrata a imagem da fumaça na estação do trem, a retratação das pessoas que sugerem movimentos, como se estivessem apressadas circulando o local, mostra um fragmento que é único ao tempo, como se fosse uma fotografia.

No inicio do século XX, essa tendência seguiu, como encontra-se no filme de René Clair, “Entr’acte” (1924), onde a leveza da saia da bailarina, como se fosse uma “água-viva”, destaca-se no meio da escuridão, dilatando ao espectador a interpretar o que está sendo sugerido pelos passos da bailarina, entre a sua delicadeza e comicidade. As poltronas “Up series” (1969), de Gaetano Pesce, utiliza da proposta pop no designer, onde o movimento e as cores sintetizam a obra através do desdobramento espacial, onde muitas vezes o espectador tem que deslocar a obra ou a si próprio para que sinta alguma reação.

Da mesma forma que na obra de Pesce, essa observação de deslocamento é encontrada no “Pier em espiral” (1970), de Robert Smithson, que o espectador vai combinando os movimentos na fruição, enquanto caminha pelo aspiral. Em 1966, Mira Shendel, destacou no “Trenzinho”, realizado com “papéis de arroz”, segurados por um fio, uma escultura de curta duração, exposta para que as pessoas tenham uma visão de novo tempo.

Em meio a essa passagem de quase 200 anos, desde que temos como relato histórico do surgimento da fotografia, pode se considerar que a cada período, as artes visuais têm explorado o movimento e a leveza de suas imagens e objetos, dentro da experiência de cada artista, evoluindo as suas expressões, tratando o público como um ser pensante e atuante, inserindo nas suas criações, combinando a sua cultura com a mensagem transposta em suas obras.

PS: Esse texto foi complemento de uma atividade da minha Especialização em Artes Visuais - Cultura e Criação,
pelo SENAC - CETEC.
*A fonte da fotografia em destaque, foi retirada do google.com, especificamente do site Badauê Online.

Se refletirmos a fotografia, em consideração a arte que subtrai uma ação, comparando com os outros parâmetros das artes visuais, como a pintura, a escultura e o desenho, um processo criativo contrário, ou seja, essas artes direcionam o seu processo de criação de forma mais aditiva, que exige uma liberdade de analise maior durante a sua construção, enquanto na fotografia, captura-se um fragmento que é imediato, pois é preciso ser direto ao momento, pois o fotógrafo quanto artista, além de expressar o seu tempo e expor o retratado, ele poderá gerar uma imagem que trará uma linguagem com significado universal.
Trazendo esse ponto de vista, que encontramos na fotografia e trazendo para uma linha de tempo, com algumas obras realizadas a partir da segunda metade do século XIX, a fotografia “Onda” (1856), de Gustave Le Gray, traz uma fragmentação que mostra o mar com ondas que aparentam está em movimento, assim como o céu, devido à luz que possibilitou sugerir o movimento das águas, ganhando volume, através do seu contraste.
Mais adiante, encontramos “A estação de Saint Lazare” (1877), uma obra impressionista de Claude Monet, que apesar de ser uma pintura, a leveza das cores que retrata a imagem da fumaça na estação do trem, a retratação das pessoas que sugerem movimentos, como se estivessem apressadas circulando o local, mostra um fragmento que é único ao tempo, como se fosse uma fotografia.
No inicio do século XX, essa tendência seguiu, como encontra-se no filme de René Clair, “Entr’acte” (1924), onde a leveza da saia da bailarina, como se fosse uma “água-viva”, destaca-se no meio da escuridão, dilatando ao espectador a interpretar o que está sendo sugerido pelos passos da bailarina, entre a sua delicadeza e comicidade. As poltronas “Up series” (1969), de Gaetano Pesce, utiliza da proposta pop no designer, onde o movimento e as cores sintetizam a obra através do desdobramento espacial, onde muitas vezes o espectador tem que deslocar a obra ou a si próprio para que sinta alguma reação.
Da mesma forma que na obra de Pesce, essa observação de deslocamento é encontrada no “Pier em espiral” (1970), de Robert Smithson, que o espectador vai combinando os movimentos na fruição, enquanto caminha pelo aspiral. Em 1966, Mira Shendel, destacou no “Trenzinho”, realizado com “papéis de arroz”, segurados por um fio, uma escultura de curta duração, exposta para que as pessoas tenham uma visão de novo tempo.
Em meio a essa passagem de quase 200 anos, desde que temos como relato histórico do surgimento da fotografia, pode se considerar que a cada período, as artes visuais têm explorado o movimento e a leveza de suas imagens e objetos, dentro da experiência de cada artista, evoluindo as suas expressões, tratando o público como um ser pensante e atuante, inserindo nas suas criações, combinando a sua cultura com a mensagem transposta em suas obras.
PS: Esse texto foi complemento de uma atividade da minha Especialização em Artes Visuais - Cultura e Criação,
pelo SENAC - CETEC.
A fonte da fotografia em destaque, foi retirada do google.com, especificamente do site Badauê Online.
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